segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Um dia de sonhos

Desde ontem venho celebrando um aniversário que iniciou no dia em que nasci. E nasci várias vezes. Assim como também me reinventei em incontáveis momentos sem perder a essência de quem sou.
Estranhamente, esta noite sonhei que estava andando e era em um contexto já passado. Digo estranhamente porque tem meses que não sonho estar andando ou talvez, como afirmam os especialistas, apenas não lembre sempre, pois sonhamos todas as noites.
Percebo agora que o texto está me conduzindo como barco à vela em ventos calmos para mares diferentes, mares não navegados, próximos ou inalcançáveis fisicamente. Os mares dos sonhos. Sonhos realizados ou guardados no íntimo como quem esconde falhas para aparentar ser melhor.
Às vezes julgo, em minha lucidez incoerente­­­­­­ que sonhar é fugir da realidade, mas hoje não. Hoje sentencio que sonhar é iluminar a realidade com os holofotes das verdades contidas pelo receio de parecer infantil.
Quanta idiotice ter medo de ser infantil sendo a infância a melhor fase da vida.
Em um outro às vezes, acho que sonho mais acordado que adormecido. E é estranho porque pareço estar fugindo para um universo onde tudo acontece dentro de uma linha sem falhas, não tortuosa, enquanto do outro lado, o lado do real e palpável, a dor é mais aguda e o sangue mais vermelho, assim como o gozo é mais intenso.
Sonho sempre que estou andando por achar que tudo é mais fácil para os caminhantes e dentro desse todo vêm saudades do simples e claro que o complexo não ficaria de fora.
Tenho saudade de sentir a textura da areia sob os pés, saudade de sentir nas mãos o calor que emana... Chega! Mesmo sendo feliz, tentar elencar as saudades faz-me chorar em dia de festa um choro de perda e não de vitória.
Confesso confuso entre o real e o sonho estar assustado neste dia em que completo 40 anos. Assustado pela responsabilidade de ter vivido tanto, assustado por ter esquecido tanto e assustado por não saber o que o futuro me reserva.
Assim agarro com minhas mãos de dedos atrofiados, com um sorriso infantil, a esperança de que muito de bom há de vir e de ruim...
Ah! Quer saber? Que venham novos dias, aventuras, pessoas, sol, chuva, VIDA e uma pitada de qualquer coisa porque quero é viver, sonhar e realizar.

Até a próxima,


Angelo Márcio.

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