terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O orfanato

Cronica_deficiente_orfanato Por dias seguidos ouvi uma voz de criança me perguntando se era nesses dias que haveria uma festa para ele e seus vizinhos; minha resposta era sempre um pedido de calma e pergunto: Como pedir calma a uma criança que vive em um orfanato – não por não ter família – afastada de sua família por decisão judicial e pelos motivos mais diversos, duros e cruéis que uma criança não deveria viver?
Assim foi precedida a visita e festa do grupo de jovens - no qual felizmente trabalho - a um orfanato diferenciado em nosso pouco saber, pois imaginávamos que orfanato era para quem não tinha mais seus pais, no entanto, não estávamos tão errados, pois, de certo modo, conforme a realidade deles, a maioria não tinha mais os pais verdadeiramente amando-os e por perto.
 Um lugar de cores fortes onde na entrada, após um imenso portão, via-se uma área limpa, coberta, bem iluminada que dava acesso ao refeitório com mesas e cadeiras coloridas – sendo algumas bem pequenas.
Em uma lateral havia um conjunto de casas bem juntinhas e também com cores fortes e diferentes. É nessas casas que as crianças e adolescentes moram; por isso usei o termo vizinhos ao referir-me à criança que pedia a festa.
 Sim! A visita ou festa ocorreu com palhaços, brincadeiras, comidas e muita alegria e troca de conhecimentos entre jovens e crianças sofridas. Aprendemos que olhar o horizonte é muito mais engrandecedor do que verticalizar a ânsia de viver. Aprendemos que um sorriso provocado é paz para alma mesmo em corpos cansados. Aprendemos o que já sabíamos também: Que crianças não cansam facilmente de brincar e após estes aprendizados vi um grupo de palhaços jovens dispostos ao chão exauridos, porém sorrindo e vez por outra uma criança perguntava a mim e outro amigo tetraplégico o que havia ocorrido conosco.
Mais uma vez a curiosidade sábia das crianças.
 Havia neste local de isolamento involuntário uma reciprocidade de necessidade de carinho e um pouco, pouco que seja, de atenção.
 Até a próxima!
 Angelo Márcio.
Ofanato Abrigo Lar de São José image

2 comentários:

sa de morais disse...

Oi Angelo Márcio,

O meu computador está com problema na tela e não consigo ver, mas fico aqui a imaginar uma linda rosa abrindo este relato.
Olha, no mês de dezembro, a preparação das festas, as visitas alteram a rotina de um orfanato e não tem como pedir calma as suas crianças.
Agora, você vê, o orfanato ganha uma nova função (abrigo lar) a de "proteger" crianças de seus pais e responsáveis, além de triste é revoltante!
Que bom, que a casa têm pessoas, como o seu grupo de jovens, comprometidas com a vida. A sua descrição do Orfanato Abrigo Lar São José foi um verdadeiro convite e fui até lá.
Aqui, em minha cidade, temos a Aldeia S.O.S. do mesmo modelo daí, também, fazem um bonito trabalho.
Um abraço,

Angelo Márcio disse...

Oi Sonia,

É uma pena seu pc estar com problemas e, mas pode tirar a linda rosa da imaginação e concretizá-la. A abertura do relato tem uma linda e pequena rosa.
Realmente, mesmo que não se queira, a rotina, a repetição é visível e quando surge algo que destoa é muito bom e nós esperamos que alguns pais voltem a protegê-los como elas - crianças - desejam e merecem.
Obrigado por ter visitado e vou ler um pouco mais sobre as Aldeias SOS.
Grande Abraço.

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