sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Acordei com 37 anos

cronica deficiente 37 anos Hoje acordei mais velho. Completamente consciente de que o tempo passa sempre em seus segundos, décimos, milésimos, mas me senti mais velho.
Ao iniciar este texto, que por razões inexplicáveis, vem sendo criado há dias e modificado a cada acontecimento, descobri que minha vida cada vez mais mostra seus contextos e entrelinhas. Muito não digo, não externo por medo, timidez e outras desculpas que sequer descreverei aqui, mas minha vida vem sendo, aos poucos, descrita aqui.
Sei que é um início meio complicado e nem sei se conseguirei desembaraçar tudo nas próximas linhas, mas deixarei a liberdade das palavras me conduzirem.
Quando era pequeno meu pai muito me reprimia por sua criação em vida difícil e interiorana e ontem, anteontem e outros dias, em fim, surpreendi-me com o tanto que me reprimo. Meu pai em quase nada queria que opinasse e agora, eu que externo quase tudo o que penso ou sinto, o que pode ser qualidade ou defeito, benção ou maldição para alguns, agora me vejo como adolescente envolto em dúvidas infindáveis.
Eu, realmente tinha por objetivo dar a este texto um ar de dureza e alta sobriedade, mas amigos, não consigo. Vejo-me apegado a enigmas que cada um que ler entenderá de forma diferente. O que não é e nem será problema, pois de uma forma ou de outra haverá entendimento.
Vi-me, em meio aos devaneios e razões buscando uma percepção maior da vontade/desejos, talvez tardios, de ter minha sensibilidade física de volta, de poder sentir os grãos de areia sob os pés como outrora, de amar ainda mais quem amo, quem me ama e, para despeito, também amar os que me odeiam. Essa vontade de andar, mover-se, também reflete no curioso, terno e tenso desejo de abraçar, acariciar e proteger a quem bem quero.
Não sofro ao descrever o que sinto e assumo que todos nós, em nossas dificuldades, limitações - sejam quais forem – já nos deparamos sonhando com milagres e, para os que não acreditam, nos deparamos criando outras realidades sendo vividas. Realidades diferentes e menos cruentas. Sonhos palpáveis em texturas rústicas de quem sorri em meio a amor e dor por antagonismo visível.
Não que ao sonhar venho a fugir da realidade. Muito pelo contrário. Quando sonho, mantenho minhas raízes e minha razão não se perde.
Hoje, se quisesse, poderia e posso dizer que tenho três idades: 15 anos andando, 21 anos de lesão e 37 anos de vida intensa sem resumos ou qualificações por agora... Apenas vida!
Em todas estas idades disse que amava alguém apenas uma vez e este alguém é minha mãe. Hoje concluo que tenho poucas pessoas que realmente amo e não perderei tempo tentando esconder delas. Creio que elas sabem que as amo, mas queridos leitores e amigos, quero sentir a liberdade casual e intensa de exclamar o amor que faço agora prisioneiro de meu temor de adulto. Como podemos peder tempo assim?
Como é doce a liberdade das crianças!
Não pedirei desculpas pela complexidade deste texto, pois ele reflete a complexidade de meus dias, minha vida e paixões que vivi e finalmente volto a viver verdadeiramente.
Obrigado a quem leu até aqui e, AGORA, sinta-se livre assim como me sinto liberto!
Até a próxima!
Angelo Marcio.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Viver! Amar! Por que não tentar?

cronica deficiente 5 eu

Primeiramente quero pedir desculpas aos queridos e amigos do Uma Crônica Deficiente pela ausência, mas eu não esperava que minha vida fosse tão agitada como nos últimos quinze dias.

Antes de viajar e começar o diário de bordo deixei uma chácara reservada por final de semana inteiro para cumprir mais uma das etapas que eu havia proposto para minha vida, ou seja, dedicar-me mais aos estudos, à família e aos amigos. A primeira proposta já fora cumprida, porém não em sua plenitude, e as outras duas tiveram seu início oficial no final de semana passado, pois, na chácara, consegui reunir minha família e parte de meus grandes amigos.

A chegada à chácara deu-se à noite. Estava comigo parte da família e alguns amigos que, dentre eles, destaco uma doce moça que afirmo ser a mais bela, querida e agradável companhia.

cronica deficiente 1 nós
cronica deficiente 3 sol

Enquanto meus irmãos e minha mãe jogavam baralho e cuidavam da parte de comidas eu ficava com os amigos a beira da piscina conversando e os vendo entrar naquela água supergelada. Momentos de risadas e pura vida descontraída. Perto da piscina conversamos sobre música, vida, estrelas e também tomamos um pouco de vinho até as três horas da manhã para depois nos recolhermos para dormir, ou melhor, tentar dormir, pois após deitar a doce companhia, um amigo e eu ficamos a conversar até o nascer do sol para que este pudesse ser fotografado e foi.

Amanheceu e fiquei o tempo quase todo a observar a família e os amigos se divertindo e por vezes lembrando que há três anos tentei fazer esta reunião sem sucesso. Lembro-me que na época do insucesso chorei muito, mas tinha consciência que um dia conseguiria.

Vi e convivi com aqueles que amo e afirmo que qualquer esforço para estar em convívio com tanto amor sempre valerá a pena, sempre será altamente frutífero.

Em dado momento, após o almoço, deitei-me em um colchão de ar sob a sombra das árvores para poder contemplar aquela efusão de felicidade deles e minha também.

Por alguns instantes tive a companhia da doce moça ao meu lado e falamos de quase tudo em poucos minutos. Também falamos de uma alegria que dividimos que era o fato de sua mãe estar deitada sob a sombra também a desfrutar da tranquilidade e descansar. Dessa vez o sorriso de felicidade foi duplo e compartilhamos de uma aparente tristeza: O dia estava chegando ao fim e precisaríamos ir para nossas casas, voltar para a realidade que compromete nossas horas e por vezes nos distancia até de quem mora sob o mesmo teto.

Em breve faremos outra reunião, pois, a passos lentos o que é natural e belo mastra-se. Correr? Quero apenas desfrutar com mansidão o pouco que posso ao lado dos que Amo.

Até a próxima!

Angelo Marcio.

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