Nos últimos dias a frase “Não tenho tempo” e outras semelhantes
têm se tornado uma constante. É como se de uma hora para a outra a vida se
pautasse por medidas temporais, as amizades precisassem ser agendadas e os
amores tratados com prazos limitados.
Imagino agora um amigo que precisa muito conversar marcando
para sete dias depois o papo e questiono: É uma amizade? Aprendi que amigos
verdadeiros não fazem este tipo de coisa. Para estes para-se tudo e que o
mundo, tempo ou questões pessoais sejam deixadas de lado. Mas não! A cultura do
total do desapego tem tempo de agir e pessoas solitárias de outras e de si
mesmas agonizam em sua solidão, arrogância, medos e ansiedades.
Ficar só tornou-se “cult”. Que coisa medonha e mortal.
A cada dia que passa, e os dias são medidas temporais,
observo amores contratuais e a amizade não deixa de ser um amor.
Digo amores contratuais porque tudo tem que ter data e
horário para acontecer. Imagino agora o sofrimento do pobre romântico,
desesperado por não saber se é certo ou não romper com o contrato ou, em nome
do amor, arriscar surpreender sua amado em um momento diferente do habitual. É
desumano!
É isto! Hábito.
O amor e a amizade estão deixando de serem naturais, simples
e prazerosos para serem conduzidos a um algo habitual e rotineiro que se não funcionar, muda-se ou descarta-se.
E quando esta realidade chegar a um ponto sem volta, haverá
tempo para mudar esta cultura?
Enquanto tenho tempo para escrever, quero fazer um pedido:
Sacrifiquem o tempo e não aqueles que amam vocês!
Até a próxima!
Angelo Márcio
1 comentários:
sabias palavras
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