sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dia de visita

vigilia sjo 2010 (7) Antes e depois do acidente que me levou a uma vida de limitações nada agradáveis e também de vitórias antes  inimagináveis, sempre apreciei celebrar a vida com aqueles que amo. E hoje não foi diferente! Foi mais uma feliz celebração.

Aqui preciso dizer que nós nos inundamos de afazeres que em nosso cotidiano servem, unicamente, como desculpas para aumentar distâncias que deveríamos, todos os dias, tentar encurtar.

Refiro-me à distância entre pessoas, entre amigos, entre familiares, entre quem bem queremos.

É inconcebível querer estar distante de quem se quer bem, de quem se ama.

Eu, muitas vezes, erroneamente, somo a enxurrada de afazeres à condição de tetraplégico para conjugar e trazer à ação o verbo distanciar e não é isso o que realmente quero, pois apesar de necessitar de alguém para me conduzir com a cadeira, gosto de visitar amigos –pessoas amadas – e tenho consciência que há aqueles com limitações muito maiores que as minhas. Limitações físicas ou não.

Mas se alguém pode mexer um braço, estaria ela impedida de um gesto de carinho?

Digo-lhes que em minha estadia hospitalar conheci pessoas em pior estado do que o meu e que, mesmo assim, sorriam, celebravam a vida de forma contagiante e foram mestres.

Mas hoje não!

Hoje ocorreu o inverso!

Ao ser visitado por alguém a quem quero muito bem a distancia dissipou-se e deu lugar a sorrisos, seriedade e felicidade por companhia tão agradável e amável. O vazio que eu criara com a enfermidade – gripe - e estudos a se completarem fora sendo preenchido pelo carinho e especialidade de uma simples visita que, por ser simples, importante tornou-se e me mostrou que preciso sair mais, admirar mais o que quer que seja e, por fim, amar mais.

Era dia de jogo de futebol... jogo que nem vi.

Até a próxima!

Angelo Márcio.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma outra volta às aulas

cronica deficiente fenix Caros, leitores e amigos, é com alegria que volto a escrever. Realmente a gripe me foi muito prejudicial e, por mais que não queira admitir, com ela percebi ainda mais o quanto estou debilitado após 21 anos de lesão. A fragilidade do corpo entra em conflito com as vontades da mente e admitir fraqueza pode ser grande virtude.

Respiração tranquila após dias de tensa gripe que impediam a ida para a cadeira.

Agora posso voltar às aulas de Técnico em Informática com liberdade e corrida para não reprovar, pois este é o último semestre.

No post “Volta às aulas”, tive a oportunidade de relatar, descrever situações bem constrangedoras quanto à inclusão e minha vontade de estudar, agora, posso alegremente relatar o oposto, relatar o quanto os professores e coordenação de onde estudo foram compreensíveis e solidários comigo.

Quando percebi que demoraria um pouco mais para me recuperar escrevi aos meus professores explicando exatamente como eu estava e até por conhecê-los sabia que me ajudariam. Foram muitas faltas que levaram a perda importante de conteúdo, mas teve uma recepção de professor que resumo para todos.

No dia em que retornei, os companheiros de sala foram muito receptíveis e incentivavam minha permanência. Logo após esta aula fui conversar com um dos professores sobre como repor o tempo, a matéria perdida e ele primeiro me abraçou e perguntou se eu realmente estava bem. Diante de resposta afirmativa, ele – professor – apenas me disse para não me preocupar, que compreendia o que havia ocorrido e que eu seria ajudado.

Essas atitudes vieram de pessoas cuja preocupação com o ensino se mostrou exemplar. Não por ser comigo. Não por eu ser deficiente e sim por eu ser plenamente capaz.

Os dias não serão fáceis até a formatura, mas... Se forem fáceis não será conquista, será passatempo e meu tempo é precioso; o tempo de meu amigo que me leva todos os dias para a escola também é precioso, assim como precioso é o tempo que minha mãe dispõe para acordar cedo e deixar-me pronto para estudar e, para finalizar, enalteço a preciosidade do tempo dos verdadeiros mestres.

Assim agradeço aos professores da Escola Técnica de Ceilândia DF.

Até a próxima!

Angelo Márcio.

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